"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ausências

 Desaparecidos, F.C. 2011.
O meu peito sangra por dentro:
Rima a palavra - não o sentimento -,
E a ferida se lava no fluxo,
Sem tempo para unguentos...
Apenas lateja
Quando projeto o seu rosto
Onde quer que eu esteja;
Quando penso no desaparecimento,
Na cova nem sempre rasa,
Na lápide sem cimento,
Sem honras, sem bandeiras, sem hinos...
Em terras profanadas
Onde também jaz estirada
A dignidade humana.
Quando vejo essa estrada
Que absorve, infame,
Cada vestígio, cada pegada,
Que me consome as chances
E reduz a esperança às mesmas cartas marcadas...
Desconheço a natureza do meu viver.

E sem sentido, sob a força desse abismo invertido
Sou Eu que me descubro morta.

 Desaparecidos 1, F.C. 2011.

http://www.mixpod.com/playlist/81991671 

2 comentários:

Penélope disse...

E quantas vezes rimamos as palavras e não os sentimentos, vão-se os versos tantos e muito pouco de nós...
Apenas aqueles que nos conhecem sabem do que se vai bem dentro...
O poeta é mesmo um fingidor, como dizia Pessoa - ele fala de alegrias e tristezas com a mesma intensidade e sensibilidade. Mas finge, não de fingimento puro... finge para se proteger das dores e alegrias do mudo, pois estas ele já tem em demasia...
Deu para compreender?
Um grande abraço.
Ouvir CORSÁRIO, meu DEUS!!! Foi navegar por um mundo de sensações inexplicáveis.

Vanoska Buchholz da Costa disse...

OI FENIX,
JÁ POSTEI UM COMENTÁRIO
SOBRE ESSA POESIA,NÃO SEI
SE FOI ENVIADO,MAS NÃO POSSO
DEIXAR DE ME MANIFESTAR,DIANTE
DE TÃO BELO POEMA.AINDA BEM
QUE CHEGA UMA HORA EM QUE TUDO
FICA MAIS CLARO PRA NÓS, SERES
IMORTAIS, ADOREI!!!
ABRAÇO

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